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Cada relação de afeto que desenvolvemos com outra pessoa é única, e cada vivência é intensa e exclusiva. Assim, quando uma relação é quebrada pela morte de alguém, a dor sentida em relação à pessoa que parte é sempre diferente e muito complexa, e por isso o processo de luto requer particular atenção.
O luto é uma resposta emocional normal de sofrimento. Podemos afirmar que o luto é uma extensão do amor, e por isso acontece após a perda de uma relação afetiva muito forte, seja com uma pessoa, animal, objeto ou com um bem imaterial, como o emprego ou o casamento, por exemplo.
Esta resposta normativa perante a perda varia de pessoa para pessoa e, por isso, não existe um período de tempo específico para determinar a sua durabilidade. Também a forma como é vivido depende de alguns fatores, tais como o tipo de relação com a pessoa falecida, a causa da morte, o apoio familiar/social que tem e ainda a personalidade de cada um.
Ainda assim, a Associação Americana de Psiquiatria definiu alguns parâmetros que ajudam a identificar um luto patológico – que não é saudável e normativo, e por isso deve ser tratado (caso se mantenha por vários meses):
• Desejo persistente para estar com a pessoa que perdeu;
• Ter dificuldade em acreditar na morte do ente querido;
• Sentir culpa;
• Desejar morrer para estar com a pessoa que perdeu;
• Perder a confiança nos outros;
• Não ter vontade para viver;
• Ter dificuldade para manter amizades ou atividades diárias;
• Não conseguir planear as rotinas do dia-a-dia;
• Sentir um sofrimento excessivo, ininterruptamente.
É bastante comum que o luto cause um turbilhão de pensamentos e sentimentos, e uma desorganização profunda na vida das pessoas, ao verem partir alguém cuja presença era fundamental e impossível de substituir. Não é possível substituir o amor seja por quem for, nem apagar da memória a relação que existia.
Quem está a viver a perda de alguém deve ser tolerante consigo próprio e permitir-se oscilar entre a lamentação e os momentos de distração e prazer, envolvendo-se em atividades de interesse, como forma de as transformar, com o tempo, em atividades satisfatórias. A experiência do luto deve deixar de ser encarada como fraqueza ou exagero, mas sim como um processo em que é possível acolher a dor, mostrando que ela é uma das faces do amor.
Algumas estratégias que podem ajudar durante o processo de luto são:
• Demore o tempo necessário – cada pessoa deve viver o processo no seu ritmo, sem se sentir pressionada;
• Aprenda a aceitar a dor e a perda;
• Expresse o que sente;
• Procure um grupo de apoio;
• Rodeie-se de entes queridos.
Habitualmente a pessoa consegue gerir o luto de forma autónoma, não sendo necessário procurar ajuda profissional. No entanto, existem casos em que o luto pode ser considerado difícil, especialmente quando os sentimentos associados são extremamente intensos ou duram há mais de 12 meses, no caso dos adultos, ou há mais de 6 meses, no caso das crianças. Nessas situações, o acompanhamento profissional é essencial. Procurar ajuda especializada pode ser uma boa forma de garantir que se consegue fazer um processo de luto saudável.
Um Psicólogo e/ou um Psiquiatra podem ser uma ferramenta muito útil.
A Equipa da Psiquiatria Positiva pode ajudar!
Fonte imagem: vecteezy.com
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