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Hoje em dia são vários os modelos de parentalidade existentes, desde os mais tradicionais – autoritário, permissivo, negligente, democrático – aos mais recentes – pais helicóptero, parentalidade positiva, slow parenting, parentalidade consciente, entre outros. A forma como se educa as crianças é um tema cada vez mais investigado e debatido. A parentalidade refere-se ao conjunto das funções e atividades desenvolvidas por um ou mais cuidadores (pais, ou outras figuras de referência), com vista ao saudável e pleno desenvolvimento da criança a seu cargo.
Importa salientar que não há métodos ou procedimentos infalíveis ou perfeitos pois educar uma criança é um exercício exigente e com múltiplos desafios, e por isso, não é isento de falhas. Contudo devemos refletir sobre quais as estratégias educativas mais funcionais e mais adaptadas à realidade de cada um.
A Parentalidade Consciente é um estilo parental dinâmico, flexível e que tem em consideração diferentes fatores – as características da criança (idade, desenvolvimento, características pessoais, temperamento, timings, etc.), a dinâmica familiar, a fase da vida familiar e a fase de vida de cada pessoa, os princípios, os valores e as necessidades.
A Parentalidade Consciente assenta em princípios do Mindfulness, onde a tónica é colocada na vivência do momento presente, de forma não avaliativa e sem julgamentos, e na auto-aceitação e auto-conhecimento, numa perspetiva de crescimento mútuo (cuidadores-criança). Este processo implica educar de uma forma mais alinhada com valores e instintos do cuidador, em detrimento do medo e da avaliação por parte dos outros, tentando quebrar regras e modelos de educação rígidos ou estereótipos, impostos pela sociedade. Esta perspetiva coloca ênfase na avaliação das necessidades da criança, através da escuta ativa, da empatia, da compaixão e da abertura, mas também no reconhecimento das necessidades do cuidador, estabelecendo uma relação de cooperação. Importa, então, a comunicação e a gestão das necessidades e divergências entre cuidadores e crianças, onde todas as opiniões, desejos, necessidades e características são válidas.
Deixamos algumas dicas para colocar em prática uma Parentalidade Consciente:
• Utilizar uma comunicação menos orientada para a crítica e repreensão;
• Reforçar o elogio de forma construtiva;
• Aprender a escutar as necessidades da criança de forma não-ajuizadora;
• Dar espaço à criança para sentir todas as emoções – as positivas e as negativas, garantindo um espaço de segurança e suporte na regulação emocional, sem julgamento ou critica;
• Mostrar empatia e compaixão quando a criança se “porta mal” e tentar perceber as razões, necessidades e motivações de forma a responder ajustadamente;
• Utilizar mais vezes o reforço positivo em vez da punição, tornando o processo de aprendizagem mais saudável;
• Aceitar e respeitar os limites da criança através da comunicação e da observação;
• Promover a partilha, a conexão e a autonomia;
• Ver os seus valores, princípios e necessidades asseguradas enquanto cuidador.
Educar envolve desafios e pode ser um processo complexo, com impacto e implicações no seu bem-estar. Se precisar, um Psiquiatra e/ou Psicólogo pode ajudar!.
Fonte imagem: vecteezy.com
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