Burnout – do cansaço à exaustão

O Burnout ou Síndrome de Burnout pode ser entendido como um estado de esgotamento geral, que se traduz em fadiga física e mental, e que pode levar a alterações do comportamento, sendo uma resposta patológica ao stresse profissional prolongado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já reconheceu este problema como um fenómeno ocupacional e incluiu-o na última revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), onde descreve o Burnout como o resultado de um local de trabalho cronicamente angustiante que não é gerido com sucesso, sendo caraterizado pelas seguintes dimensões: sensação de diminuição de energia e exaustão; aumento da distância mental em relação ao trabalho ou sentimentos negativistas ou cinismo relacionados com o mesmo; e redução da eficácia profissional.

Alguns dos fatores que podem levar ao Burnout são:

• elevada competitividade laboral

• dificuldades financeiras

• más condições de trabalho ou incumprimentos legais

• múltiplas exigências laborais (com tarefas/objetivos muitas vezes irrealistas e difíceis de atingir)

• um relacionamento difícil com colegas e/ou superiores

• o tipo de profissão – estando o foco naquelas que exigem um maior envolvimento direto.

Para além destes fatores intrínsecos ao trabalho, existem também características individuais de risco: traços de personalidade desadaptativos, dificuldade em lidar com a mudança, baixa inteligência emocional, estilos de resposta disfuncionais, baixo nível de resiliência, perfecionismo e baixos índices de motivação.

É fundamental estar atento aos sinais de alarme, que podem ser agrupados em três grupos:

• FÍSICOS – Fadiga, cefaleias, problemas gastrointestinais, insónias, dores musculares, alterações no peso, desequilíbrios hormonais, náuseas;

• COMPORTAMENTAIS – Perda de entusiasmo, atrasos no trabalho, distrações, frustração e raiva, aumento da rigidez, dificuldade em tomar decisões, resistência à mudança, isolamento social;

• PSICOLÓGICOS – Tristeza, ansiedade, irritabilidade, diminuição da autoestima, baixa tolerância à frustração, pessimismo, culpa, sentimento de afastamento/indiferença e desilusão, alteração de objetivos/valores, dificuldade de concentração e atenção, lapsos de memória.

A intervenção indicada para esta problemática é a psicoterapia, uma vez que ajuda a identificar e compreender as razões que levaram ao Burnout, traçando posteriormente um plano de atuação e prevenção de novas situações de esgotamento.

Será fundamental a alteração das circunstâncias/condições que levaram a este estado:

• melhorar as condições de trabalho e as relações profissionais

• melhorar a comunicação interpessoal

• mudar a forma de pensar o trabalho (planear, priorizar, evitar o Multitasking, delegar)

• investir noutras áreas de interesse (atividades extralaborais)

• conhecer/definir os seus limites pessoais

• diminuir a autocrítica

• diminuir o isolamento social

• promover o convívio com a família e amigos

• promover hábitos de vida saudáveis (alimentação equilibrada, prática de exercício físico e atividades relaxantes)

• incluir períodos de descanso na sua rotina

Em casos mais crónicos ou com outras perturbações psicológicas associadas, poder-se-á recorrer a um tratamento farmacológico complementar.

Um Psicólogo e/ou um Psiquiatra podem ser uma ferramenta muito útil.

A Equipa da Psiquiatria Positiva pode ajudar!

Fonte imagem: vecteezy.com